A grande maioria das mortes por infarto agudo do miocárdio (IAM) ocorrem nas primeiras 24 horas (em torno de 80% dos óbitos) sendo que 50% podem ocorrer já na primeira hora do IAM. Este dado alarmante mostra a importância da URGÊNCIA do atendimento, inclusive do preparo de equipes para o atendimento extra-hospitalar e que todo hospital deve ter por cada turmo uma equipe preparada para fazer o atendimento desta emergência médica. As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de óbitos em todo o mundo e no Brasil correspondem a 30% das mortes, sendo o infarto agudo do miocárdio (IAM) a principal causa cardiovascular.
Os dois principais tipos de infarto do miocardio são conhecidos como infarto com supra de ST e infarto com infra de ST. O infarto com supra de ST ocorre por obstrução de uma das artérias do coração conhecida como arteria coronária. A obstrução ocorre quando uma placa de gordura situada na borda desta artéria se rompe e neste local forma um coágulo de sangue (trombo) que fecha a circulação impedindo totalmente a passagem de oxigênio para a musculatura cardíaca. No infarto com infra de ST o sangue passa em quantidade ínfima, insuficiente para atender a demanda das celulas musculares. Já entre pessoas jovens a principal causa tem sido o uso excessivo de estimulantes a base de cafeína e uso da cocaína.
No mundo dos negócios costuma-se dizer que tempo é dinheiro. No atendimento ao paciente infartado o correto seria dizer que tempo é músculo. Quanto mais rápido o atendimento mais áreas musculares serão salvas e melhor sobrevida terá o paciente. Diante disto é extremamente importante a prevenção dos fatores de risco que podem levar o indivíduo ao infarto do miocárdio, o conhecimento dos sinais e sintomas desta síndrome coronariana para um pronto reconhecimento pois a falta de informação pode ser fatal.
*Imagem de uma placa de ateroma rompida com formação de um trombo no local e infarto da área irrigada pela artéria.
FATORES DE RISCO
– Diabetes Mellitus
– Hipertensão arterial
– Síndrome metabólica
– Estresse 
– Idade
– Tabagismo
– Sedentarismo
– Dislipidemia (alterações do colesterol e triglicerídeos)
– Obesidade (principalmente obesidade central)
– Bebida alcoólica (consumo excessivo > Hipertensão arterial, arritmias, aumento do peso)
– Uso de drogas ilícitas. Cocaína é a principal causa de infartos em jovens.
– Histórico familiar
Como se vê acima APENAS o fator de risco Histórico Familiar não pode ser controlado. Todos os outros são passíveis de solução com MUDANÇAS DOS HÁBITOS DE VIDA e com o tratamento medicamentoso correto. Atualmente existem várias formas de determinar o ESCORE DE RISCO de cada paciente através da consulta clínica somada a análise de exames laboratoriais, de exames de imagens e de exames com estresse cardíaco.
SINAIS E SINTOMAS
Os sinais e sintomas são variáveis de pesosa para pessoa mas tradicionalmente os sintomas ocorrem em conjunto. A dor torácica típica tem início repentino, ocorrendo no esforço ou mesmo em repouso. A dor típica é uma sensação de aperto, retroesternal, de intensidade variável, de leve a intensa e pode ou não irradiar para os ombros, mandíbula, língua ou para as costas. Concomitante ocorrem sudorese fria pelo o corpo, nauseas ou vômitos, palpitações, respiração curta, tonturas ou sensação de desmaio.
Existem muitas variações. Pacientes diabéticos, por exemplo, podem apresentar o infarto sem apresentar dor. A dor também pode ser epigástrica, tipo uma azia forte e muitos dos sintomas acima citados podem ocorrer ou não durante o infarto.
No atendimento de emergência o médico definirá rapidamente se o paciente está realmente tendo um infarto agudo do miocárdio ou se os sintomas se relacionam com uma crise de ansiedade exarcebada, Síndrome do Pânico, gastrite, esofagite, dores musculares, pericardite, pneumotorax ou outras possibilidades.
PREVENÇÃO
Muitas vezes o coração “avisa” horas, dias ou meses antes do infarto através de outros sinais e sintomas que numa consulta de rotina com o seu cardiologista serão detectados. Alterações no ECG (Eletrocardiograma) de inicio recente, cansaço aos esforços habituais, sudorese fria, nauseas, vômitos ou tonturas aos esforços, dores típicas da angina estável, dores epigástricas atípicas e muitos outros sintomas deverão ser analisados em conjunto com os FATORES DE RISCOS existentes e existem vários exames que fazem o coração sinalizar a possiblidade de um infarto eminente.
Portanto uma consulta de rotina ao seu cardiologista para o famoso “Check up” é extremamente importante.
Importante tambem:
– Prática regular de atividades físicas após a autorização do seu cardiologista;
– Dieta equilibrada evitando açucar, doces em excesso e a ingestáo de gorduras saturadas dando preferencia maior às fibras, frutas, vegetais e cereais. Nada que impede uma picanha com os amigos na quantidade certa;
– Manter a glicemia e o colesterol com as suas frações nos índices indicados pelo seu cardiologista;
– Controle da pressão arterial;
– Manter o peso ideal;
– Parar de fumar. Evitar excesso de bebidas alcoolicas e se viciado em cocaína ou outros estimulantes procurar ajuda médica.
– Evitar o ESTRESSE. Este é o mal do século e interfere diretamente nos índices da pressão arterial, colesterol e glicemia.
– No mais nunca se esqueça: “ A Alegria evita mil males e prolonga a vida” William Shakespeare
