Dr. Alberto E C Melo – Cardiologia Clínica
A hipertensão arterial sistêmica, conhecida popularmente como pressão alta, é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se freqüentemente a alterações funcionais e/ou estruturais de vários órgãos, como coração, cérebro, rins e vasos sanguíneos e a alterações metabólicas. É uma doença na maioria das vezes silenciosa e aumenta o risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais.
No Brasil as doenças cardiovasculares (DCV) têm sido a principal causa de morte. As DCV são ainda responsáveis por alta freqüência de internações, ocasionando aumento dos custos médicos e socioeconômicos. Inquéritos populacionais em cidades brasileiras nos últimos 20 anos apontaram uma prevalência de HAS em torno de 32%, ou seja, 1 em cada 3 brasileiros é hipertenso, considerando-se valores de PA ≥ 140/90 mmHg.
Agora vamos Imaginar um coração A fazendo uma força X para vencer uma pressão arterial de 120 x 80 mmHg. Agora imagine um coração B fazendo uma força Y para vencer uma pressão arterial de 180 x 100. Com o passar do tempo qual coração estará mais passível de sofre um maior desgaste? Qual coração ficará hipertrofiado (aumento da massa muscular)? É lógico que o coração B estará trabalhando mais forçado que o coração A e com o passar do tempo acabará sendo susceptível a um maior desgaste. Esta situação de maneira sustentada acabará ocasionando lesões também em outros órgãos do corpo.
A pressão alta é uma doença de fácil controle e a meta na maioria dos pacientes é mantê-la em 120 x 80. Não adianta o paciente falar: “a minha pressão é 190 x 120, mas eu não sinto nada”. Um dia vai começar a sentir e muitas vezes de forma irreversível. Portanto, ao tratamento e a MHV – MUDANÇA DE HÁBITOS DE VIDA é a primeira conduta e muitas vezes apenas com ela a pressão arterial pode normalizar.
– Redução do peso corporal
A meta é manter o Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 25 kg/m2 e uma circunferência abdominal em 102 cm para homens e 88 cm para as mulheres. Para calcular o seu IMC use a formula: IMC = Peso/altura2. Existe uma relação direta entre ganho de peso e aumento da hipertensão arterial e da mesma forma que, para cada 10 kgs de peso a menos, o paciente obeso e hipertenso poderá ter uma redução na sua pressão arterial entre 5 a 20 mmHg.
– Dieta hipossódica (pouco sal)
O fazendeiro quando vai vender uma partida de gado coloca sal no cocho e água ao lado. Já o comprador de gado mais experiente exige que o gado fique preso, sem sal e sem água por 12 horas. A conclusão é simples: aonde o sal vai, a água vai atrás e a retenção hídrica provocada pelo sal também ocasiona aumento da pressão arterial. Uma simples diminuição da ingestão de sal pode reduzir a pressão arterial em até 2 a 8 mmHg.
– Hábitos alimentares
A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) promove importante impacto na redução da pressão arterial. A dieta mediterrânea e a dieta vegetariana (não radical) também ajudam na redução dos níveis pressóricos.
– Alcoolismo
O paciente hipertenso deve evitar a ingestão de álcool e em ocasiões sociais, consumir apenas 30 grs de etanol, o que corresponde a 600 ml de cerveja ou duas doses de destilados. Isto no caso dos homens. Para as mulheres, metade desta dose. A ingestão de bebidas alcoólicas comprovadamente eleva a pressão arterial poucas horas depois e a abstinência pode reduzir a pressão arterial de 2 a 4 mmHg.
– Exercícios físicos
O exercício físico deve ser estimulado desde a infância para todas as crianças, em particular para aquelas que têm casos de hipertensão arterial no âmbito familiar. O sedentarismo contribui para o aumento da pressão arterial. Já o exercício físico regular comprovadamente ajuda a reduzir a pressão arterial. O ideal são 30 minutos de caminhada diariamente e esta atividade pode reduzir a pressão arterial em até 4 a 9 mmHg.
– Estresse
O cotidiano estressante não altera apenas a pressão arterial como também provoca dislipidemia (alterações das gorduras), pode levar ao diabete e também ao aumento da pressão arterial, dentre outras patologias. Comprovadamente a Doença da Artéria Coronariana também tem relação com o estresse. Alem do estresse psicológico relacionamos também a raiva, depressão, hostilidade, ansiedade dentre outras alterações emocionais que ajudam na elevação da pressão arterial.
– Tabagismo
A nicotina aumenta a pressão arterial por reação simpaticomimética alem de interferir de maneira adversa na ação de alguns medicamentos anti-hipertensivos.
Para finalizar é importante dizer que na pressão arterial limítrofe, pressão arterial estágio 1 e ás vezes mesmo a pressão arterial estágio 2, (veja quadro abaixo) em vários casos, apenas as medidas de mudanças de hábitos de vida podem reduzir a pressão arterial para níveis normais, evitando desta maneira o uso de medicamentos. Após a decisão de iniciar com a terapia medicamentosa, está não substituí a MHV e sim, a complementa.
Portanto para uma vida mais saudável e a pressão arterial controlada, vamos à M.H.V.
Medida casual no consultório (> 18 anos)
Classificação
Pressão sistólica – Pressão diastólica
Ótima < 120 < 80
Normal < 130 < 85
Limítrofe 130–139 85–89
Hipertensão estágio 1 140–159 90–99
Hipertensão estágio 2 160–179 100–109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
Boa Noite Dr. Alberto, estive hoje 30/01/2017 em uma consulta media com o senhor pela primeira vez, e como o senhor tinha me falado para dar uma visitada em seu site e ler sobre Hipertensão Arterial, acabei de cumprir com o combinado, fiquei muito satisfeito em ler e poder entender mais sobre hipertensão Arterial, desde de já lhe agradeço por esta oportunidade, e sempre que possível estarei aqui em visita para maiores informações.
Agradeço. Sempre as suas ordens